Autor: Carlos Quiroga
Ano: 1999, Fundaçom Artábria / 2007, 2ª ediçom digital
Cita:
"compostela De manhá no autocarro o fascínio longínquo dos cartazes porque miro sem os ver na forma da letra descartado o sentido a olhada do rosto afixando antes o temor do que aguarda e aguarda um espaço enorme no exíguo leito sem lábios um olhar impotente e triste ao colo aberto no hospital e nada para mudar nos dedos esta sensaçom de nada passou o tempo e compostela é como nos primeiros tempos quando só me tinha a mim à chuva e a banalidade dalgum sonho o intervalo de conseguir amar as ruas com cheiro abissal e acreditar nas faces das mulheres novas brilhando ao passar projectos ilusões e o naipe insatisfeito e ingénuo da escrita e certas horas com amigos humidades para eu aqui ser feliz mas passou o tempo e compostela agora fere sem piedade neste leito exíguo que era um mundo e ignorava fármacos ou chegar de autocarro fai humilde na fronteira da lembrança ou os minutos infinitos olhando telhados aproximam o inferno à noite qualquer música ofende, nom há para quem telefonar porque tudo um torpor desconforto da alma, tudo merda"
Máis información: AGAL