Saltar ao contido

Poesia peregrina

    Autor: Domingo González Cruz

    Ano: 2005, HP Comunicação Editora

    Cita:

    "SOMBRA PEREGRINA
    
    Nas ruas pedras
    nas pedras ruas de Santiago de Compostela
    encontrei frio frigorífico
    que regelou meu rumo emigrante.
    Não caía neve,
    circulavam pessoas e projetos agasalhados
    e na pasuada cerração
    eu escutava os urbanos velhos centenários:
    avarandados passeios sem vida
    sob lampiões apagados para o inexistente.
    
    Nos robles com seus bronquíolos ao relento
    vi pele sombra
    perfurando a temperatura.
    Vinha páliada no tremor do vento.
    Era entristecida mulher galega
    desaparecendo em farrapos temporais.
    Passou cortando a rotina,
    o gélido calafrio da miséria,
    meu passo reconhecimento.
    
    E nessa tarde compostelana
    o esqueleto secular da Catedral
    rugiu nos órgãos impressentidos
    o confinamento do deus aposentado."

    Máis información: Comoeuescrevo.com